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Mulheres Investidoras

Durante muitos anos, o mercado financeiro foi considerado majoritariamente masculino. Porém, esse cenário tem mudado graças à entrada de mais mulheres investidoras no setor.

Mas você sabe como tem sido essa evolução?

Para entender o movimento, é fundamental compreender tanto o nível de participação feminina no mercado quanto as diferenças para a atuação masculina. Assim, fica mais fácil compreender o que esperar do futuro e como o cenário poderá impactar o mercado.

A participação feminina no mercado de investimento tem crescido em números nos últimos anos, embora a proporção tenha se mantido relativamente estável. Para conhecer os números, é interessante usar o relatório de perfil de pessoas físicas do segundo trimestre de 2022, publicado pela bolsa de valores brasileira, a B3.

Além de haver uma diferença no nível de participação feminina e masculina na bolsa de valores, há distinções na forma de homens e mulheres investirem.

De acordo com o estudo da B3, as mulheres fazem investimentos iniciais maiores. No segundo trimestre de 2022, o valor médio de entrada das mulheres foi de R$ 463, contra R$ 71 dos homens.

Cerca de 12% das mulheres investidoras fazem o primeiro aporte entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. Entre os homens, a proporção é de apenas 5%.

Por outro lado, apenas 21% das investidoras começam com até R$ 40, contra 42% dos investidores.

Também há uma variação quanto à preferência pelos investimentos. Segundo o relatório da ANBIMA, as mulheres tendem a ser mais conservadoras. No geral, 83% delas investem na poupança, contra 68% dos homens.

Sobre os fundos de investimentos, 6% das mulheres citam esses veículos, sendo que o número é de 12% entre os homens. Além disso, cerca de 11% dos investidores focam em ações ou em criptomoedas.  Entre as mulheres, os números são de 3% e 4%, respectivamente.

Ainda, há uma mudança nas prioridades e nos objetivos. O principal interesse de homens e mulheres é conseguir a casa própria.

Porém, elas têm como objetivos secundários viajar pelo mundo (9%) e viabilizar a educação de filhos e netos (8%). Já entre os homens, os outros interesses são investir na aposentadoria (9%) e empreender (9%).

Cerca de 3/4 das mulheres brasileiras ainda não integram o mercado financeiro brasileiro. Logo, existe um grande potencial para o aumento da participação feminina nesse ambiente.

Um movimento nesse sentido pode trazer benefícios não apenas para o mercado, mas para a sociedade de forma geral. Com mais mulheres participantes, o volume de negociações tende a aumentar, já que elas costumam fazer investimentos iniciais maiores. Isso pode melhorar a liquidez do mercado financeiro.

A presença crescente de investidoras também tem o potencial de estimular a participação de outras mulheres no mercado financeiro. Logo, esse cenário pode gerar uma reação em cadeia positiva para aumentar a presença feminina nos investimentos.

Ainda, o crescimento no número de mulheres investidoras pode ajudar o público feminino a desenvolver o próprio patrimônio e até a conseguir a independência financeira. Assim, toda a sociedade se beneficia, já que as mulheres terão maior poder de consumo, por exemplo.

Também é possível esperar um crescimento da presença feminina nas profissões ligadas ao mercado financeiro. Com mais mulheres se interessando por assuntos relacionados a investimentos, maiores são as chances de elas se desenvolverem profissionalmente nessa área. Logo, pode se tornar cada vez mais comum encontrar assessoras de investimento, gestoras do mercado financeiro e outras profissionais certificadas e qualificadas nesse segmento.

Keila Vargas – Planejadora Financeira