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Conceitos básicos sobre o mundo dos criptoativos

Tempo de leitura: 04 minutos

Nossa primeira chamada quando falamos do mercado de criptoativos é, que antes de transacionar, é preciso entender o que está sendo vendido. Então, se exponha a ideias que você acredita que contribuem para um futuro melhor, uma sociedade melhor – quanto mais se visa o lucro rápido, mais exposto ao risco se está.


Os Mercados e suas oscilações

O mercado de cripto sofre alterações, assim como o mercado de ações, mediante movimentações governamentais. A China é um ótimo exemplo, quando barrou grande parte da mineração em território chinês, os preços dos criptoativos caíram bastante, o que deixou grande parte das pessoas ansiosas e receosas. O conflito Rússia e Ucrânia trouxe instabilidade econômica, o que faz os mercados variáveis sofrerem quedas, ao passo que, com a notícia da Rússia aprovando regulamentações para que as criptomoedas sejam utilizadas como investimentos, o mercado variável de criptoativos sofreu valorização.

Uma vez que o seu porquê de estar no mercado de cripto seja bem definido, e cada um saiba o valor que esse mercado tem nesses momentos de maior oscilação, estes mesmos momentos se transformam em oportunidades de aceleração da expansão patrimonial. Nos períodos em que grandes oscilações não acontecem, são períodos em que podemos construir bases mais sólidas. Desse modo, entendendo o funcionamento do mercado e tendo um porque bem estabelecido, podemos crescer de maneira consistente através dos ativos digitais.


Evolução do dinheiro

Para entendermos onde o Bitcoin (BTC) se encaixa na economia atual, precisamos olhar para a evolução do dinheiro. Para ser considerado dinheiro, é preciso cumprir algumas variáveis, como valer como uma (1) moeda de troca, ter uma (2) unidade de conta, podendo também se estabelecer como (3) reserva de valor ao passar do tempo.

A evolução do dinheiro se iniciou com o escambo (troca de produtos pessoais), passando pelo ouro (um metal não oxidativo, finito, divisível e atrativo) até chegar à moeda, como a libra esterlina (substituindo o padrão ouro pela sua dificuldade de transporte e segurança).

Após isto, tivemos o marco das notas: de 1914 a 1944 (e o acordo de Bretton Woods), até a hegemonia do dólar (sem lastro em ouro a partir de 1973) e criação das moedas fiduciárias (a qual se inicia um processo de perda de todo o lastro em ouro). Passamos então a utilização do cartão como meio de transporte de dinheiro, abrindo caminho para o ambiente eletrônico e a utilização deste dinheiro eletrônico, como meio de transferência de dinheiro até chegarmos na era atual, e o início do movimento de substituição das moedas fiduciárias pelas criptomoedas.


A Fragilidade do sistema econômico atual

Por que o mercado de dinheiro atual se mostrou tão frágil nos tempos atuais?
O principal gatilho de insatisfação da população é a falta de confiança nos governos, uma vez que o dinheiro sofre grande alteração por decisões unilaterais.

Tomando o dólar como exemplo, em 1973 perdeu seu lastro com ouro, facilitando sua impressão quando o governo julgasse necessário. O exemplo mais recente disso foi a aprovação do pacote de estímulo feito pelo presidente Biden, de mais de 1 trilhão de dólares, criando novas notas e impondo ao mundo (por hoje o dólar ser a moeda global) uma distribuição de inflação criada por esta impressão adicional de notas.

Uma criação fácil de notas que impacta a economia numa escala global, implica em uma hiperinflação generalizada (tendo como exemplo, nossa taxa Selic subindo apenas para acompanhar a alta da inflação, causada em grande medida, pela desvalorização da nossa moeda frente ao dólar).

Vale reforçar que os governos têm o controle sobre impressão de moeda e também sobre suas respectivas políticas monetárias, e suas decisões acabam por gerar grande parte da inflação sentida pela população. Você sabe que, com o passar dos anos, uma nota de 100 reais consegue comprar cada vez menos itens num mercado comum, ao passo que nos últimos oito anos, um BTC que compraria três ou quatro itens comuns neste mesmo mercado, hoje compra um carro esportivo. A seguir teremos contato com um termo importante, a blockchain, um mecanismo que traz uma nova dinâmica de valorização do dinheiro.


Evolução temporal para a chegada dos criptoativos

Assim como explicamos sobre a linha de desenvolvimento do dinheiro, lhe ajudaremos a entender o desenvolvimento do ambiente de criptomoedas com o passar dos anos.

Tivemos a criação e rápida globalização da internet (um ambiente virtual que estabelece uma conexão entre dois pontos), até o surgimento do movimento cyberpunk, que consiste na primeira criptografia, surgindo também o blockchain (a criptografia mais segura que existe hoje), para criar segurança em rede, algo que apenas a internet não consegue oferecer sozinha. O passo seguinte foi o desenvolvimento do primeiro whitepaper (um primeiro projeto aprovado pelo movimento, sustentando a criação de uma moeda 100% digital e descentralizada. Após o surgimento do whitepaper, o mundo presenciou a criação da Ethereum, um ambiente o qual é possível a você, desenvolver outras moedas.

Atualmente existem mais de dez mil criptomoedas diferentes criadas e comercializadas.

Vale uma ressalva aqui: precisamos conceber que, nem 1% das criptomoedas existentes hoje serão úteis no futuro, pois a sociedade evolui e as necessidades mudam também. Grande parte delas são meios, ou seja, projetos que abrem caminhos para a criação de fundamentos ainda melhores no futuro. Projetos ainda melhores.


Blockchain

Você provavelmente já viu um post no instagram ou uma pessoa conhecida utilizando este termo. Blockchain é uma grande base de dados descentralizada (ou seja, não é controlada por um indivíduo) em que cada computador possui uma cópia idêntica dessa base de dados. Isso faz com que a informação seja compartilhada entre todos estes computadores (o seu e o meu, por exemplo) tornando a blockchain o sistema mais seguro de armazenamento e validação de dados atualmente. Esta segurança está na utilização e no compartilhamento de dados pelas pessoas (ao invés de toda a informação estar numa instituição ou servidor único – evitando o controle individual e seu hackeamento).

Entendendo que o blockchain são grandes bases de dados compartilhadas, precisamos entender também que estas bases são regidas por consensos, (PoS, PoW, PoA etc..), ou seja, por um grupo de regras. Cada blockchain (Bitcoin, Cardano, Ethereum etc..) possui um grupo de regras únicas, que mantém o seu funcionamento – e essa é a grande vantagem de se usar a blockchain para regular qualquer coisa: Não existe uma pessoa, ou uma instituição que possa mudar as regras ou alterar os dados no meio do jogo, para se favorecer.


Token

São representações digitais de um projeto ou um ativo, que dependem de uma rede blockchain previamente existente para existir. Como exemplo, a Uniswap é uma Exchange descentralizada, que para existir, precisa estar inserida dentro de um ecossistema de blockchain, nesse caso, ela está inserida dentro da rede (blockchain) Ethereum.

Logo um token depende de uma rede para existir e poder ser transacionado.
Uma criptomoeda nada mais é do que o token nativo desta rede:
– A rede Ethereum tem a criptomoeda ETH;
– A rede da Cardano tem a criptomoeda ADA;
– A rede do Bitcoin tem a BTC.

Então, o token surgiu para facilitar as negociações, controle ou transferência de ativos, criando uma representação digital deste ativo dentro de sua rede. Imagine que os produtos da Amazon, são comercializados dentro do site da Amazon – é a mesma coisa.


Agora que entendemos o que são tokens, podemos classifica-los em quatro grupos:

(I) Payment tokens: é um meio de pagamento, ou seja, transferir capital. Pagamento por algum produto ou remessa internacional. Exemplos BTC, XRP, Litecoin;
(II) Utility tokens: quem tem este token consegue utilizá-lo como uma plataforma própria ou serviço, ou seja, não foi criado para ser uma modalidade de investimento, contudo acaba se valorizando pelo alto volume de sua utilização (a lei da oferta e da demanda). Como exemplo temos a ETH e a SOL;
(III) Security tokens: caracterizado como valores mobiliários, são ativos negociáveis como debentures, débitos, ações, obrigações e garantias. É uma forma bem comum hoje, já utilizado por governos e grandes corporações. Uma curiosidade é que a ETH também é uma security token, comprovada pela intenção recente de transportar todo o sistema da NASDAQ para dentro do ecossistema da Ethereum. Contudo hoje, para criar uma security token no Brasil, é necessário estar respaldado pela CVM;
(IV) Equity tokens: similar às ações (representação de uma empresa), permite um meio de capitalização eficaz e alheio às burocracias do mercado de capitais/financeiro. Existe uma oferta limitada de tokens relacionada ao valluation da empresa, a qual as pessoas podem adquirir pensando em sua valorização.

Tokenizar ativos traz vantagens como:
Acesso democrático: qualquer pessoa consegue entrar neste mercado e adquirir uma parte de uma empresa / projeto que está sendo criado;
Transparência: por estar inserida nesta tecnologia de blockchain;
Eficiência: transações rápidas;
Segurança: uma transação feita não pode ser desfeita, fica registrada e comprovada de forma multilateral (toda a rede descentralizada valida esta operação, impedindo corrupção causada por um órgão centralizador, que regula e comprova sozinho uma transação).


Whitepaper

É um termo para descrever o documento que apresenta o novo projeto.
Exemplo, o nome do projeto que contém todas as regras de funcionamento da rede se chama ‘Bitcoin: A Peer-to-peer Eletronic Cash System’. Nele é descrito uma versão peer-to-peer de dinheiro eletrônico que permitiria que pagamentos eletrônicos fossem enviados diretamente de uma parte a outra, sem passar por uma instituição financeira.

Um novo modelo de instituição financeira onde se transfere a confiança dos intermediários para a tecnologia, ou seja, para regras claras de funcionamento pré-estabelecidas.

Antes de se falar sobre o Bitcoin, vimos a necessidade de explicar o porquê de ele estar em um mercado que oscila tanto, de entendermos o porque ele é tão encorajado para renovarmos o sistema econômico atual, olhando a sua evolução temporal e explicando conceitos fundamentais desse mercado, como o que é uma blockchain, o que são tokens e como se dividem e onde cada projeto é apresentado – um whitepaper.

Em nosso próximo artigo vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o Bitcoin e porque ele é visto por grande parte dos entusiastas deste mercado como a próxima reserva de valor, caso se prove ao longo dos próximos anos.

Nosso papel é facilitar o seu entendimento sobre os mercados e te aproximar das suas finanças.

Grupo Capital: Somos a evolução do seu relacionamento com as Finanças.


Frederico M Kùmbs – CSO Chief Strategy Officer
Sergio K. Leão – Planejador Financeiro CFP® & Head de Investimentos
Rodrigo Ribeiro – COO Chief Operating Officer